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Grande Rota do Moradal -  Pangeia

 

Trilho Internacional das Apalaches (IAT)

A presente proposta da Grande Rota do Moradal-Pangeia para o aproveitamento turístico da Serra do Moradal surge numa lógica prioritária de diversificação da oferta turística desta região do Geopark Naturtejo, sob os auspícios da UNESCO, apostando no Turismo de Natureza e no Touring Cultural e Paisagístico. Com o aparecimento de um conjunto de interessantes projectos de hotelaria um pouco por todo o concelho é necessário oferecer ao turista razões para visitar a região e aqui permanecer por um período tanto maior quanto seja a diversidade da oferta à disposição, da sua qualidade e dos níveis de interpretação do património natural, histórico e cultural/organização dos atractivos turísticos. Esta proposta surge ainda no âmbito do projecto de organização do produto turístico do concelho de Oleiros – Rota das Montanhas de Oleiros – resultante de uma parceria entre o Município de Oleiros e a Naturtejo, Empresa de Turismo, EIM. Mais do que um mero percurso pedestre, a Rota do Moradal-Pangeia potencia a valorização de toda a Serra do Moradal e das freguesias envolventes, nomeadamente Estreito, Sarnadas de S. Simão, Vilar Barroco e Orvalho. No espírito do Trilho Internacional dos Apalaches, projecto trans-continental onde se pretende incluir a Rota do Moradal-Pangeia, o actual projecto visa tirar partido das cumeadas da Serra do Moradal e das belas paisagens que daqui se alcançam e criar um eixo que favoreça o estudo da Serra do Moradal, a conservação das espécies e das paisagens, potenciando assim a valorização do património das aldeias circundantes e o aparecimento de projectos de hotelaria, restauração e animação turística, assim como o reforço dos já existentes. Ao mesmo tempo reúnem-se novas condições para o aproveitamento da Serra do Moradal como local privilegiado para a prática de diversos desportos de aventura. Em jeito de síntese as principais valências e objectivos do projecto Rota do Moradal-Pangeia traduzem-se em:

 

-Valorização do património geológico, biológico, paisagístico, arqueológico e cultural da Serra do Moradal e das freguesias envolventes;- Incremento dos estudos sobre o património desta região do concelho de Oleiros;

- Diversificação e incremento da oferta turística, com um produto com características únicas em Portugal;

- Organização e potenciação do sector turístico na região;

- Promoção da região a nível internacional, em associação com a marca “Trilhos dos Apalaches”, de origem americana;

- Desenvolvimento de um projecto com a participação de várias entidades locais, reforçando o sentido de identidade e de pertença;

 

 

SERRA DO MORADAL

 

A Serra do Moradal (ou Muradal) é um alinhamento montanhoso que atravessa o concelho de Oleiros desde a sua extremidade norte, para norte do vale do rio Zêzere na zona de Ademoço (embora a serra tenha prolongamento para os concelhos de Pampilhosa da Serra e ponta SE de Arganil, onde se perde na Serra do Açor), até ao extremo leste na fronteira com o concelho de Castelo Branco em Pé da Serra.

O seu traçado quase retilíneo de direção aproximada NW-SE faz lembrar um “muro” entre as duas regiões por ele separadas e daí o seu topónimo de Muradal.Este alinhamento montanhoso é uma elevação geomorfológica dominada essencialmente pela dureza das suas camadas quartzíticas. A sua génese é muito complexa, sendo atravessada por diversas falhas geológicas de cisalhamento e cavalgantes entre as formações xistentas do Grupo das Beiras e a formação do Quartzito Armoricano.

Está inserido em zona franca da Cordilheira Central, sendo cortada pelos relevos desta e passando perpendicularmente ao grande vale do Rio Zêzere. É a mais extensa crista montanhosa da Beira Baixa tendo o seu ponto culminante no “Vilar” (912 metros) erguendo-se cerca de 450-500 metros da plataforma de Castelo Branco e cerca de 200-300 metros do nível médio de aplanação da Cordilheira Central.Uma das características dos relevos quartzíticos é a regularidade topográfica das suas cumeeiras. Na verdade, e excetuando as gargantas formadas pelas linhas de água que “cortam” as cristas, a diferença de elevação do cume da montanha não excede os 100 metros, nos mais de 30km de extensão da montanha.

O seu traçado retilíneo apenas é desviado por um conjunto de falhas laterais que provocam alguns desligamentos esquerdos no prolongamento da montanha, bem visíveis quando se sobe às suas diversas fragas e cumes mais elevados.Esta montanha é, como referido, elevada umas centenas de metros relativamente às plataformas circundantes e por este facto é um local de eleição para os amantes de paisagens naturais. A vista perde-se por centenas de quilómetros, abarcando grande parte da cordilheira central a norte e oeste e pela plataforma de Castelo Branco e cristas quartzíticas circundantes (Penha Garcia e Vila Velha de Rodão) a este e sul, prolongando-se a vista até para lá da fronteira espanhola.

Este facto torna esta serra num local privilegiado para os amantes de paisagens e de natureza, o que, associado às boas acessibilidades e condições de circulação a tornam apta para a prática do pedestrianismo, “BTT”, entre outros desportos de natureza e altitude que ali possam ser potenciados, como escalada, parapente, etc.

Para além das suas (boas) condições naturais intrínsecas, o facto de a serra ter já alguns geossítios classificados e catalogados pelo Geopark Naturtejo (entre os quais dois geomonumentos) facilita e incentiva ainda mais à criação de uma rota que possa unir, e assim valorizar o seu património natural (e particularmente o geológico), criando medidas de conservação desses locais e procurando, através de uma eficiente divulgação, atrair público ao concelho e assim dinamizar a economia local (ANEXO 1). Neste sentido, surge a possibilidade e oportunidade única de se poder associar a Serra do Muradal a um dos ícones mundiais do pedestrianismo que é o Internacional Appalachian Trail (IAT).

 

 

 

 Prevenção de Incêndios e Gestão de Combustíveis

 

O traçado definido para a implementação da Grande Rota do Moradal – Pangeia, teve em consideração a já definida Rede Primária de Gestão de Combustíveis, que surge como um elemento de compartimentação do território florestal à escala da paisagem. Assenta em faixas de redução de combustíveis estrategicamente localizadas, cujo principal objetivo/função é a diminuição da superfície percorrida por grandes incêndios, permitindo e facilitando a sua supressão, com o emprego de táticas de intervenção direta e/ou indireta na frente de um fogo ou nos seus flancos, sendo as linhas de cumeada locais preferencialmente escolhidos para a sua instalação. A manutenção destas faixas de gestão de combustíveis é uma das principais preocupações, após a sua implantação. Como tal, a instalação de um percurso pedestre com um traçado preferencial em linha de cumeada, que implica a limpeza do trilho em questão e que, devido à sua utilização, impede, em muitos casos o desenvolvimento de vegetação, torna-se uma mais valia, não só em relação à prática desportiva na natureza, mas também em relação à defesa da floresta contra incêndios.

Note-se que estas são áreas muito isoladas, com muito pouca passagem humana mas que, com a existência de um trilho limpo passam a ter um considerável número de ocupação, durante todo o ano, número esse que aumentará com a oferta turística de natureza proposta, que cativará um abrangente público-alvo. O fato de se tornarem zonas habitualmente visitadas, constituirá um elemento dissuasor em relação a práticas de fogo posto, com intenção criminal. Por outro lado, e dada a amplitude de visão nestes locais, os turistas desempenharam também uma ação de vigilância e alerta para possíveis ocorrências de incêndios florestais.

 

 

 

 

 

Trilho Internacional dos Apalaches

IAT – International Appalachian Trail

 

 

Os Apalaches são uma cordilheira da América do Norte que se estende da Terra Nova e Labrador (no Canadá) ao estado do Alabama (no sudeste dos Estados Unidos da América), apesar de a sua parte mais setentrional acabar na península de Gaspé, no Quebec.A cadeia é dividida numa série de picos, cujas montanhas têm uma altitude média de aproximadamente 900 m.

O ponto culminante é o Monte Mitchell, com 2040 m de altitude, sendo também o ponto mais elevado dos Estados Unidos a leste do rio Mississippi, e de todo o leste da América do Norte.

Do ponto de vista geológico, os Apalaches são montanhas antigas com mais de 250 milhões de anos, formadas por colisão dos continentes que formaram o Supercontinente Pangeia, com relevo suavizado pela prolongada ação dos agentes de erosão, que expuseram as raízes destas montanhas.

O sistema está dividido numa série de cordilheiras.Em termos geográficos, estas dividem-se em "Apalaches do Norte" e "Apalaches do Sul", sendo as montanhas Adirondack e o rio Hudson as fronteiras naturais. Por seu lado, em termos económicos, esta sempre foi uma zona rica em carvão e ferro, fomentando uma importante indústria siderúrgica e metalúrgica.

No que se refere ao campo ecológico, o clima existente na região propicia a existência de vários ecossistemas (bioma) que se caracterizam pela existência de bosques temperados do tipo caducifólio, sendo estes um dos elementos preponderantes da paisagem que tem motivado a vinda de muitas pessoas até esta cordilheira.

Associado a esta cordilheira está o Trilho dos Apalaches, um percurso pedestre com cerca de 3500 Km que a atravessa no sentido do seu comprimento, passando por 14 estados dos EUA. Visitado anualmente por 4 milhões de pessoas, seja para andar apenas alguns metros, seja para percorrê-la em toda a sua extensão (o que leva em média 6 meses de caminhada), este é também conhecido como “o maior trilho contínuo de pegadas humanas do mundo”.

 

 

 

Por todos os motivos, percorrer o mais famoso Trilho do Mundo, é considerado uma obrigação para todos os pedestrianistas, pelo que se afirma que “todos deveriam fazê-lo pelo menos uma vez na vida”. A National Geographic considera o Trilho dos Apalaches um dos vintes melhores do mundo.Ao contrário do que muita gente pensa, o Trilho dos Apalaches não é um caminho antigo utilizado por pioneiros, comerciantes ou indígenas que habitaram a cadeia de montanhas Apalaches. Este trilho foi projetado para ser uma Grande Rota, tendo como finalidade o recreio e o lazer, numa ideia que partiu de Benton MacKaye, um funcionário do departamento de trabalho do governo federal. Esta ideia foi logo aceite pela comunidade e dois anos depois começou a ser construída através de trabalho voluntário, estando concluída em 1937.

A conservação deste trilho é efetuada por dezenas de clubes de caminhadas e é considerada perfeita. Este é um trilho caracterizado pela sua muito boa sinalização, pelo que as marcas brancas retangulares utilizadas para o efeito, são consideradas como um dos seus símbolos. Também os abrigos de pernoite existentes ao longo do trilho, de 20 em 20 Km, são outra atração. Numa construção rústica de madeira ou pedra, eles proporcionam proteção ao pedestrianista contra as intempéries, alguns animais (ursos), assim como funcionam como local de encontro entre as pessoas que o percorrem.

Outra das vantagens deste trilho é que possibilita, pela sua organização e segurança, que possa ser percorrido por pessoas de qualquer condição (crianças, idosos, famílias, deficientes físicos, estudantes, pedestrianistas radicais e outros grupos diversos, todos tentando desfrutar das maravilhas que este oferece.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este projeto de expansão intitula-se Pangeia, em alusão ao supercontinente que existiu durante as eras paleozóica e mesozóica, quando as placas continentais colidiram e se formaram as montanhas Apalaches, as montanhas Caledonian da Europa Ocidental, a Cordilheira Central da Península Ibérica e a Cordilheira do Atlas de Marrocos.

Nesse caso e tendo em conta a entrada deste projeto na península Ibérica, foi considerado que faz todo o sentido que o Trilho dos Apalaches entre em Portugal no território Naturtejo, sob grande influência da Cordilheira Central e dentro deste, na sua zona de montanha por excelência, no concelho de Oleiros.

Assim sendo, basta definir um percurso que preencha determinados requisitos, garantindo que a sinalética utilizada seja aquela que é característica do International Appalachian Trail (IAT). Outra condição preponderante será a sua conservação, a qual deverá ser assegurada pela entidade responsável.

 

A Naturtejo foi a entidade responsável por trazer o Trilho Internacional dos Apalaches para Portugal, tendo mantido o contacto com Robert G. Marvinney, Ph.D., Director da Rede de Parceiros do Trilho Internacional dos Apalaches.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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