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Retrato Histórico da Vila e Concelho

 

O passado das terras é mais longo do que o caminho para as alcançar.Oleiros, a vila que sobrevive desde tempos medievais, é testemunho de um passado que importa ainda reconstituir, documentar, delimitar a sua exacta extensão, lembrar os forais concedidos e os esforços colocados nas tentativas de restauro respigadas em velhos diplomas que chegam até ao rei Venturoso.

 

A setentrião, ladeada pela serra da Rasca e Alvelos, no meridião pelas alturas serranas da Lontreira ou Isna e Cabeço da Rainha, miradouros naturais da agreste beleza paisagística, Oleiros emerge no alargado vale junto à ribeira apertada entre as pertenças ao Estreito, Oleiros e Sertã, com o seu casario branco mesclado pela parda cor xistosa, que algum apontamento recente pontilha de novidade. Junto à ribeira, florescem os campos de cultivo e vasto arvoredo de sombra refrescante a desafiar os rigores do estio, mas também a lembrar a gelidez de Invernos duros e tempestivos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sede de concelho, composto por doze freguesias, maioritariamente rurais, integra-se na região Centro e na sub-região do Pinhal Interior Sul, ocupando aproximadamente uma área de 471 km2, com 6677 habitantes, de acordo com os censos de 2001, tendo como capital de distrito a cidade albicastrense.Atravessa o seu território no limite norte, grosso modo, uma das grandes vias fluviais lusitanas: o rio Zêzere.

 

Etimologicamente, o termo Oleiros parece derivar da palavra latina ollarium ‘o fabricante ou negociante de panelas de barro’, apesar de não haver resquícios na existência de oficinas artesanais, existindo, contudo, em abundância, espécies de barro “greda argila…”, matéria prima indispensável para o efeito. Também há quem advogue que a palavra derivará de olleiros, ‘olheiros ou olhos de água, vulgo nascentes’, por na vila se acharem algumas fontes.

 

 

 

 

 

 

 

 

O Património Natural do Concelho de Oleiros está confinado ao espectacular relevo acidentado das Serras de Alvéolos e do Moradal e à beleza das ribeiras e açudes que serpenteiam todo o território, e que proporcionam uma grande variabilidade de habitats que acolhem a sua fauna e flora. A vegetação que actualmente se pode encontrar no concelho, além dos pinhais estremes que ocupam grande percentagem da área florestal, ou de outras formações florestais, é essencialmente pertencente ao estrato arbustivo. Estes concentram-se geralmente nos locais de maior altitude, em zonas sujeitas a incêndios sucessivos. Estes matos heliófilos são compostos frequentemente pela carqueja, pela urze, ou pelo sargaço amarelo, ainda que também surjam com alguma frequência a torga, o tojo, os fetos e a esteva.

 

 

 

 

 

Em relação à fauna:

 

Zonas húmidas

Integram este grupo os habitats aquáticos propriamente ditos bem como o meio ribeirinho e ripícola adjacente. As comunidades ictiofaunísticas presentes serão certamente influenciadas pelas diferenças abióticas e bióticas de cada local, predominando as espécies ciprinícolas e as introduzidas nas albufeiras, dando lugar a povoamentos mistos no caso dos cursos de água. Em termos de herpetofauna, todos os anfíbios se encontram presentes numa ou em mais fases do seu ciclo de vida, referenciando-se, no caso dos répteis, uma espécie exclusiva das áreas ribeirinhas: a cobra-de-água viperina. A comunidade ornítica que habita estas zonas é variada, podendo citar-se o caso do guarda-rios, do rouxinol-bravo e da galinha-de-água, que ocorrem de uma maneira exclusiva nestes locais. No que concerne à fauna mamológica, existem várias espécies frequentadoras deste habitat, embora apenas duas permaneçam ligadas a eles durante toda a vida: o rato-se-água e a lontra.

 

Habitats terrestres

Áreas de monoculturas de pinhais e/ou eucaliptais associadas a manchas de matos ou outras categorias fitocenóticas. Este tipo de habitat ocupa a maior parte da área do concelho, podendo referir-se a ocorrência de espécies como a lagartixa-do-mato, o pombo-torcaz, o peto-verde e a gralha-preta, entre outros. A diversidade faunística destas áreas aumenta consideravelmente quando estas formações se encontram associadas a outros tipos de ocupação. Espécies como o javali e os mustelídeos (mamíferos carnívoros do tipo da doninha) utilizam estas zonas como locais de refúgio e abrigo. A avaliar pelas espécies potencialmente presentes, as áreas mais pobres correspondem a povoamentos mistos de pinhal e eucaliptal;Manchas de cultura de sequeiro, entrecortadas por zonas de regadio, junto aos vales - espécies como o licranço, a cegonha-branca, a perdiz, a cotovia encontram-se potencialmente restritas a estas áreas; na comunidade mamológica destacam-se no concelho a lebre e o texugo;As minas, os algares, as cavidades em troncos velhos, ou outros locais que possam albergar colónias de morcegos, que merecem uma atenção especial devido ao seu estatuto precário em Portugal;As zonas escarpadas, na vizinhança ou não de vales fluviais e de albufeiras que, devido à sua inacessibilidade e condições inóspitas potenciam o aparecimento de espécies com requerimentos ecológicos elevados como as grandes rapinas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Interesses Panorâmicos

 

O concelho apresenta um relevo muito acentuado, havendo diversas estradas e caminhos florestais que permitem usufruir amplas vistas panorâmicas designadamente: o caminho florestal da Serra do Cabeço Rainha, o caminho florestal da Serra do Moradal (nas zonas do cardal e do Picoto), o miradouro do Zebro, a antiga EN 350 entre Oleiros e Casal Novo e nas proximidades da Madeirã, e CM 1189 entre Amieira e Cambas.

 

Os percursos com interesse paisagístico, sejam eles estradas nacionais, municipais ou caminhos municipais, proporcionam vistas panorâmicas e têm uma envolvente que merece também ser mencionada. Destaque para a Antiga EN 350, na direcção de Madeirã; CM 1189 entre Amieira e Cambas; Estrada e Caminho florestal do Cabeço Rainha e o CM 1214 entre Oleiros e Roda e EM 548, em Sarnadas de S. Simão.

 

Quanto a locais de interesse paisagístico e geomorfológico que, de algum modo, se destacam do resto do território pelas características naturais do relevo, da vegetação, do interesse geológico e pela existência de um valor patrimonial relevante, mencionam-se os seguintes:

 

1. Azenha – Ribeira da Isna, antiga estrutura de aproveitamento de água, enquadrada por um vale com parcelas de policultura que lhe confere um elevado interesse paisagístico;

 

2. Miradouro do Cabeço Mosqueiro (Penedo das Sardas) – Orvalho - Este geossítio constitui um excelente miradouro geomorfológico no topo do relevo “Appalachiano” do Penedo das Sardas, a 666 metros de altitude, e a 360 m acima da Garganta do Zêzere. As serras da Gardunha e da Estrela, com uma perspectiva privilegiada do vale glaciário de Alforfa rasgando os granitos; os alinhamentos montanhosos quartzíticos das serras do Moradal e dos Penedos de Góis; as serras xistentas de Açor e Lousã; deleitam o nosso olhar neste local. Aprazível parque de merendas que merece uma visita e piquenique a condizer;

 

3. Crista quartzítica – Zebro, sobressai o seu interesse geológico e a imponência do afloramento rochoso sob a Ribeira das Casas de Zebreira;

 

4. Pedreira da Penha Alta (Pedreira do Zebro) - Este local reveste-se de acrescido interesse uma vez que preserva registos da actividade biológica ordovícica, com cerca de 470 milhões de anos. Pedreira desactivada há bastante tempo, possui bons acessos, tendo imensas potencialidades para se tornar num espaço para actividades radicais;

 

5. Parque de Merendas de Casas de Zebreira, junto à ER 112;

 

6. Praia Fluvial da Bafareira, encontra-se em construção, num vale encaixado, na aldeia da Bafareira, onde são visíveis casas de arquitectura tradicional.

 

7. Miradouro do Moradal – Fraga quartzítica ,com uma panorâmica privilegiada pelo Vale da Ribeira das Casas da Zebreira, que corre 200 m abaixo. Trata-se de um dos melhores miradouros de toda a região, permitindo assistir ao escalonamento em degraus tectónicos da paisagem, a partir da Falha de Pomar-Grade, e aos alinhamentos dos relevos quartzíticos que abundam em seu redor, nomeadamente a crista quartzítica descontinuada nas serras da Pedragueira, S. Brás e Lobo, na direcção de Salgueiro do Campo e de Castelo Branco.

 

8. Escarpado litológico nas Fragas de Água d’Alta – Orvalho. O serpenteante Vale das Fragosas surge numa curva da estrada de Orvalho, pouco depois de passar o cabeço cónico da Senhora da Confiança. Junto das excelentes fontes existentes à beira da estrada, um miradouro natural permite-nos admirar a muralha quartzítica que se ergue de um bosque denso por onde o Ribeiro de água d’Alta desaparece. Pelo som forte da água a cair adivinham-se as cascatas de Fraga de Água d’Alta. São 50 metros de desnível vencidos por uma sucessão de três véus de água turbulentos e crepitantes. Neste vale situa-se um bosque reliquial da floresta laurilenhosa (Azerereiro, Folhado, Amieiro Negro) que outrora ocupou o território continental e que sobreviveu às últimas glaciações. Esta lindíssima paisagem está inserida na área do Geopark Naturtejo da Meseta Medidional. O território representado pela empresa intermunicipal Naturtejo – que engloba os concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão e Nisa – pode estar prestes a tornar-se o primeiro geoparque português, integrando a Rede Europeia destes espaços, um organismo tutelado pela UNESCO.

 

9. O Rio Zêzere e a Serra do Moradal destacam-se no conjunto da área concelhia, pela sua diferença, pela qualidade intrínseca, pela forma e/ou significado cultural, definindo-se assim como “elementos singulares” na carta de Valores Naturais. Um dos troços particularmente bonitos dos meandros do Zêzere desenvolve-se entre a Serra do Moradal e a Barragem do Cabril. Os caminhos que vão a meia encosta entre a Frazumeira e Abitureira passando pela aldeia de xisto de Álvaro também devem ser desbravados. Verá que o Zêzere o surpreenderá pelo seu traçado sinuoso e pelas suas refrescantes margens.

 

10. A aldeia de Álvaro situa-se numa das margens côncavas do rio e é visita obrigatória. É uma das aldeias de xisto em que o casario manifesta a sua atitude. Aqui encontra percursos pedestres e um importante património histórico-religioso, ilustrado no Percurso das Capelas, próprio de uma “villa” que outrora já foi sede de concelho. A zona balnear existente no rio torna também as tardes de verão ainda mais atractivas nesta aldeia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

OLEIROS…Um olhar Histórico, Turístico e Desportista

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